Soltinho Na Vala
Sempre gostei da expressão "soltinho na vala": solteiro, livre, alegre. Mas aí, depois deixei de gostar, por um motivo ou outro. Por uns tempos, o sentido carnavalesco, despreocupado da frase não combinava comigo. Fiquei três anos numas de viuvez, que no início o pessoal estranhava, mas depois se acostumou, nem perguntavam mais. Eu ia ficar de cara amarrada pro resto da vida, e daí? Até que noutro dia... um conhecido passou por mim duas vezes sem me cumprimentar. "Que foi que eu fiz dessa vez", pensei. Me empombei e fui até ele. Aí o cara: "Desculpa, mas é que você tá irreconhecível". Ele é uma amizade recente, desde 98, só conhecia meu mood fossa. Foi aí que me toquei de que eu tinha acabado com o embargo ao sorrisão. Que, por algum motivo, eu tava bem outra vez. Claro que não foi algo automático. Foi um processo, e eu não sei dizer porque voltei ao que eu considero meu modo normal. Mas esse "você tá irreconhecível", esse não-reconhecimento, é que foi meu espelho. Se um cara que só me conheceu miserável de repente não me reconhece mais, é porque voltei a ser eu mesma. Parece manual de auto-ajuda, mas... vai ver é isso mesmo.
Por conta disso tudo, comecei a reunir frases de autores de que eu gosto sobre situações que, de uma maneira ou outra, eu relaciono com o que eu passei. Adiciono às citações também umas besteiras minhas. Isso me ajuda a organizar o pensamento e entender melhor o que aconteceu quando eu fechei a cara e como eu voltei a rir igual antes. Espero que essas notas também possam ter alguma utilidade para quem ler, nem que seja para me acharem uma boba. Antes boba que deprê :-)
///beijos///
pennylane
I went to hell and back to see you smile
Vou contar pra vocês o que é estranho mesmo em ficar maluco. Não é a maluquice em si, o surto. Porque o doido, quando tá doido, não sabe o quanto não se enquadra, não tá nos trinques ou disfarçando bem como o resto do pessoal. O doido é aquele que tá tão cansado das coisas que parou de disfarçar bem. O estranho da doideira mesmo é o depois: quando, e se, você sai dela e saca o quão doido estava. Não tô familiarizada com o jargão nem com o que convencionam enquadrar como doideira das autênticas (nem quero estar por dentro, que esse povo puxa fumo de má qualidade, daí a mania de achar que a cabeça e os sonhos dos outros é um livro aberto e interpretável por qualquer cotia do Campo de Santana) mas ouvi dizer que deprê entra na agenda dos curandeiros de psiquê. Olha que até rima. Dá pra fazer um refrão. Depois eu vejo isso.
Sempre gostei da expressão "soltinho na vala": solteiro, livre, alegre. Mas aí, depois deixei de gostar, por um motivo ou outro. Por uns tempos, o sentido carnavalesco, despreocupado da frase não combinava comigo. Fiquei três anos numas de viuvez, que no início o pessoal estranhava, mas depois se acostumou, nem perguntavam mais. Eu ia ficar de cara amarrada pro resto da vida, e daí? Até que noutro dia... um conhecido passou por mim duas vezes sem me cumprimentar. "Que foi que eu fiz dessa vez", pensei. Me empombei e fui até ele. Aí o cara: "Desculpa, mas é que você tá irreconhecível". Ele é uma amizade recente, desde 98, só conhecia meu mood fossa. Foi aí que me toquei de que eu tinha acabado com o embargo ao sorrisão. Que, por algum motivo, eu tava bem outra vez. Claro que não foi algo automático. Foi um processo, e eu não sei dizer porque voltei ao que eu considero meu modo normal. Mas esse "você tá irreconhecível", esse não-reconhecimento, é que foi meu espelho. Se um cara que só me conheceu miserável de repente não me reconhece mais, é porque voltei a ser eu mesma. Parece manual de auto-ajuda, mas... vai ver é isso mesmo.
Por conta disso tudo, comecei a reunir frases de autores de que eu gosto sobre situações que, de uma maneira ou outra, eu relaciono com o que eu passei. Adiciono às citações também umas besteiras minhas. Isso me ajuda a organizar o pensamento e entender melhor o que aconteceu quando eu fechei a cara e como eu voltei a rir igual antes. Espero que essas notas também possam ter alguma utilidade para quem ler, nem que seja para me acharem uma boba. Antes boba que deprê :-)
///beijos///
pennylane
I went to hell and back to see you smile
Vou contar pra vocês o que é estranho mesmo em ficar maluco. Não é a maluquice em si, o surto. Porque o doido, quando tá doido, não sabe o quanto não se enquadra, não tá nos trinques ou disfarçando bem como o resto do pessoal. O doido é aquele que tá tão cansado das coisas que parou de disfarçar bem. O estranho da doideira mesmo é o depois: quando, e se, você sai dela e saca o quão doido estava. Não tô familiarizada com o jargão nem com o que convencionam enquadrar como doideira das autênticas (nem quero estar por dentro, que esse povo puxa fumo de má qualidade, daí a mania de achar que a cabeça e os sonhos dos outros é um livro aberto e interpretável por qualquer cotia do Campo de Santana) mas ouvi dizer que deprê entra na agenda dos curandeiros de psiquê. Olha que até rima. Dá pra fazer um refrão. Depois eu vejo isso.